O aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) traz impactos diretos para a atividade empresarial no Brasil, sobretudo no que se refere ao custo do crédito. Como o imposto incide sobre operações como empréstimos, financiamentos e contratos de câmbio, a elevação da alíquota torna o acesso a recursos financeiros mais caro, podendo comprometer o capital de giro de muitas empresas e inibir investimentos de curto e médio prazos.
As empresas de menor porte, especialmente micro e pequenas, serão as mais impactadas negativamente pela mudança. O presidente do Sescap-CE, Carlos Átila, explica que estes negócios, em geral, possuem menos reservas financeiras e dependem com mais frequência de linhas de crédito para manter sua operação, pagar fornecedores e fazer frente a despesas inesperadas. “Com o aumento do imposto, essas operações ficam mais onerosas, pressionando ainda mais a saúde financeira desse segmento que já costuma operar com margens estreitas”, completa.
Além disso, o encarecimento do crédito pode dificultar a expansão ou a renovação de estoque, levando a uma desaceleração na atividade econômica local, especialmente nos setores de comércio e serviços. O cenário também pode gerar um efeito em cadeia: empresas que contratam menos ou adiam investimentos acabam afetando fornecedores e consumidores.
Por outro lado, grandes empresas e corporações com maior estrutura de capital e acesso a instrumentos de crédito mais sofisticados tendem a sofrer menos com a mudança no imposto. Elas costumam contar com reservas financeiras mais robustas, acesso a crédito internacional com condições mais vantajosas e maior capacidade de planejamento tributário e financeiro, o que permite mitigar parte do impacto da mudança.
Em resumo, pode-se dizer que o aumento nas alíquotas do IOF impõe um desafio adicional para o ambiente de negócios no país, agravando as desigualdades no acesso ao crédito entre empresas de diferentes portes. “Os pequenos negócios devem se preparar para um cenário de maior pressão sobre o fluxo de caixa, e as grandes corporações terão mais condições de absorver o impacto sem comprometer tanto a sua operação”, afirma Átila.
